Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

FCC/TRT 23ª REGIÃO - Se há iniciativa e astúcia na ação do homem

Atualizado em 13/05/2024

Da ação dos justos

Em recente entrevista na TV, uma conhecida e combativa juíza brasileira citou esta frase de Disraeli*: “É preciso que os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”. Para a juíza, o sentido da frase é atualíssimo: diz respeito à freqüente omissão das pessoas justas e honestas diante das manifestações de violência e de corrupção que se multiplicam em nossos dias e que, felizmente, têm chegado ao conhecimento público e vêm sendo investigadas e punidas. A frase propõe uma ética atuante, cujos valores se materializem em reação efetiva, em gestos de repúdio e medidas de combate à barbárie moral. Em outras palavras: que a desesperança e o silêncio não tomem conta daqueles que pautam sua vida por princípios de dignidade.

Como não concordar com a oportunidade da frase? Normalmente, a indignação se reduz a conversas privadas, a comentários pessoais, não indo além de um mero discurso ético. Se não transpõe o limite da queixa, a indignação é impotente, e seu efeito é nenhum; mas se ela se converte em gesto público, objetivamente dirigido contra a arrogância acanalhada, alcança a dimensão da prática social e política, e gera consequências.

A frase lembra-nos que não costuma haver qualquer hesitação entre aqueles que se decidem pela desonestidade e pelo egoísmo. Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas pela total ausência de compromisso com o interesse público. Realmente, a falta de escrúpulo aplaina o caminho de quem não confronta o justo e o injusto; por outro lado, muitas vezes faltam coragem e iniciativa aos homens que conhecem e mantêm viva a diferença entre um e outro. Pois que estes a deixem clara, e não abram mão de reagir contra quem a ignore.

A inação dos justos é tudo o que os contraventores e criminosos precisam para continuar operando. A cada vez que se propagam frases como “Os políticos são todos iguais”, “Brasileiro é assim mesmo” ou “Este país não tem jeito”, promove-se a resignação diante dos descalabros. Quem vê a barbárie como uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira, seu cúmplice silencioso.

Se há iniciativa e astúcia na ação do homem injusto, não há iniciativa e astúcia no bom cidadão que, apesar de indignado, não confere à iniciativa e à astúcia o mesmo valor que o mau reconhece na iniciativa e na astúcia.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados por, respectivamente,

* Benjamin Disraeli, escritor e político britânico do século XIX. (Aristides Villamar)

  1. há elas - não as confere - reconhece nelas.

  2. as há - não lhes confere - nelas reconhece.

  3. as há - não confere-lhes - as reconhece.

  4. há as mesmas - não lhes confere - reconhece-lhes.

  5. há estas - não as confere - nelas reconhece.


Solução

Alternativa Correta: B) as há - não lhes confere - nelas reconhece.

o, a, os, as --> quando o verbo pede complemento não preposicionado.

lhe, lhes --> quando o verbo pede complemento preposicionado - "a" ou "para".

não --> partícula atrativa

há - verbo pede complemento NÃO preposicionado; e o 'não' atrai o pronome.

confere - verbo pede complemento preposicionado (a crase já é um indicativo de que existe a preposição); e o 'não' mais uma vez atrai o pronome.

reconhece - apesar do verbo pedir complemento preposicionado, a preposição usada é o "em" (em + a = na), logo não se pode usar o "lhe" e nem o "a".

Resolução adaptada de: QConcursos

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Ano da Prova: 2000

Assuntos: Pronomes

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