Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, ó ser humilde entre - ENEM 2014
Atualizado em 13/05/2024
Vida obscura
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
ó ser humilde entre os humildes seres,
embriagado, tonto de prazeres,
o mundo para ti foi negro e duro.
Atravessaste no silêncio escuro
a vida presa a trágicos deveres
e chegaste ao saber de altos saberes
tornando-te mais simples e mais puro.
Ninguém te viu o sentimento inquieto,
magoado, oculto e aterrador, secreto,
que o coração te apunhalou no mundo,
Mas eu que sempre te segui os passos
sei que cruz infernal prendeu-te os braços
e o teu suspiro como foi profundo!
SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961.
Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu lirismo uma sensibilidade em conflito com a realidade vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em
-
sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.
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tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.
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extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes.
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frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.
-
vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.
Solução
Alternativa Correta: A) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.
O “sofrimento tácito” (calado) é expresso em “silêncio escuro”, “discriminação” tematizada no poema tem sua causa sugerida no grande número de palavras que, desde o título, remetem à cor negra.
Créditos da Resolução: Curso Objetivo
Área do Conhecimento: Linguagens Códigos e suas tecnologias
Ano da Prova: 2014
Nível de Dificuldade da Questão: Médio
Assuntos: Literatura, Simbolismo, Soneto
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