Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

O complexo de falar difícil O que importa realmente é que - ENEM 2022

Questão 24 - Caderno Azul
Atualizado em 13/05/2024

O complexo de falar difícil

O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer uso desse português versão 2.0, até porque não tem necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã com aquela cara de sono falando o seguinte: “Por obséquio, Vossa Senhoria teria a hipotética possibilidade de estabelecer com minha pessoa uma relação de compra e venda, mediante as imposições dos códigos Civil e do Consumidor, para que seja possível a obtenção de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a relação pecuniária no valor de R$ 5,00, seja plenamente legitima e capaz de saciar minha fome matinal?”

O problema é que temos uma cultura de valorizar quem demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é. Pela nossa lógica, todo mundo que fala difícil tende a ser mais inteligente do que quem valoriza o simples, e 99,9% das pessoas que estivessem na padaria iriam ficar boquiabertas se alguém fizesse uso das palavras que eu disse acima em plenas 7 da manhã em vez de dizer: “Bom dia! O senhor poderia me vender cinco reais de pão francês?”.

Agora entramos na parte interessante: o que realmente é falar difícil? Simplesmente fazer uso de palavras que a maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar difícil? Eu penso que não, mas é assim que muita gente age. Falar difícil é fazer uso do simples, mas com coerência e coesão, deixar tudo amarradinho gramaticamente falando. Falar difícil pode fazer alguém parecer inteligente, mas não por muito tempo. É claro que em alguns momentos na verdade vários não temos como fugir do português rebuscado, do juridiquês propriamente dito, como no caso de documentos jurídicos entre outros.

Nesse artigo de opinião, ao fazer uso de uma fala rebuscada no exemplo da compra do pão, o autor evidencia a importância de(a)

ARAÚJO, H. Disponível em: https://diariojurista.com.br. Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).

  1. se ter um notável saber jurídico.

  2. valorização da inteligência do falante.

  3. falar difícil para demonstrar inteligência.

  4. coesão e da coerência em documentos jurídicos.

  5. adequação da linguagem à situação de comunicação.


Solução

Alternativa Correta: E) adequação da linguagem à situação de comunicação.

No texto, o articulista opina sobre o uso da linguagem rebuscada em situações que não exigem essa variedade da língua e sobre esse recurso como demonstração de inteligência. Já no primeiro parágrafo, afirma que o importante é saber “quando e como deve fazer uso desse português”.
Ao demonstrar o “falar difícil” no exemplo da compra de pão, ele evidencia que a linguagem deve adequarse à situação comunicativa, cumprindo assim a função principal da enunciação, que é transmitir o conteúdo da mensagem ao receptor, nesse caso, de maneira simples e informal.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

Área do Conhecimento: Linguagens Códigos e suas tecnologias

Ano da Prova: 2022

Nível de Dificuldade da Questão: Médio

Assuntos: Variações Linguísticas

Vídeo Sugerido: YouTube

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