Disciplina: Filosofia 0 Curtidas

Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo - UNESP 2021/Prova II

Atualizado em 13/05/2024

Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes que a enuncio […].

(René Descartes. Meditações, 1973.)

Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito (“penso, logo sou”) foi

  1. a análise das partes.

  2. a síntese das partes analisadas.

  3. o prevalecimento da alma sobre o raciocínio.

  4. o reconhecimento de um Deus enganador.

  5. a arte da persuasão grega.


Solução

Alternativa Correta: D) o reconhecimento de um Deus enganador.

Diante da dualidade cartesiana matéria/substância pensante, ao pronunciar “penso, logo existo”, o filósofo pressupunha o dever de nos identificarmos com a substância pensante, o que nos permitiria duvidar de tudo que já havia sido exposto. Na contramão dessa verdade, nossa natureza, aqui figurada na imagem de um Deus enganador, nos inclina a crer em tudo o que existe fora de nós.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

Institução: UNESP

Ano da Prova: 2021

Assuntos: Descartes

Vídeo Sugerido: YouTube

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