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O conceito de “guerra justa” foi empregado, durante a - UNESP 2016/2

Atualizado em 13/05/2024

Leia o texto para responder às questões 35 e 36.

Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”.
Nesse contexto, um dos autores renascentistas que escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry, morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião na França, compara a violência dos tupinambás com a dos católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes:
“E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas”.

(Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”. Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)

O conceito de “guerra justa” foi empregado, durante a colonização portuguesa do Brasil, para

  1. justificar a captura, o aprisionamento e a escravização de indígenas.

  2. justificar a instalação de missões jesuíticas em áreas de colonização francesa.

  3. impedir a prisão e o exílio de lideranças e comunidades nativas hostis à colonização.

  4. impedir o acesso de protestantes e judeus às áreas de produção de açúcar.

  5. impedir que os nativos fossem utilizados como mão de obra na lavoura.


Solução

Alternativa Correta: A) justificar a captura, o aprisionamento e a escravização de indígenas.

A figura da “guerra justa” foi utilizada para contornar as sucessivas proibições da Coroa Portuguesa à escravização de indígenas. Esse dispositivo legal permitia a captura – e consequente redução à condição de escravo – de nativos que atacassem colonos, se opusessem ao avanço da colonização ou praticassem atos condenáveis, como a antropofagia. O pretexto da “guerra justa” foi recorrente sobretudo nas capitanias setentrionais, onde a carência de escravos africanos era suprida com a captura de trabalhadores ameríndios.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

Institução: UNESP

Ano da Prova: 2016

Assuntos: Guerra Justa

Vídeo Sugerido: YouTube

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