Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

“Para inaugurar é preciso ter um defunto. Mas, por - UNICAMP 2020

Atualizado em 13/05/2024

“Para inaugurar é preciso ter um defunto. Mas, por desgraça, nenhum turista se afoga, nenhuma calamidade se abate sobre a cidade e os moribundos têm o desplante de ressuscitarem. Na ordem estabelecida por Odorico, o bem vira mal e o mal, bem.”

(Anatol Rosenfeld, “A obra de Dias Gomes”, em Teatro de Dias Gomes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972, p. xxvii.)

A comicidade de O Bem-amado, de Dias Gomes, deriva em grande medida da inversão de valores que a peça encena. Considerando os propósitos satíricos da obra, assinale a alternativa que evidencia tal inversão.

  1. A destinação de recursos para a construção de um cemitério público confere dignidade aos mortos.

  2. A hospitalidade dada aos doentes ilustra o uso do orçamento em prol do sistema público de saúde.

  3. A promoção do pistoleiro a delegado de polícia visa à reinserção social do criminoso.

  4. A inauguração do cemitério dá oportunidade a que se reverencie a memória do benfeitor da cidade.


Solução

Alternativa Correta: D) A inauguração do cemitério dá oportunidade a que se reverencie a memória do benfeitor da cidade.

O propósito satírico encenado na peça O Bem-amado fica evidenciado na inversão de valores da inauguração do cemitério em que o mal transforma-se em bem. Assim, há a oportunidade para que seja reverenciado como um eminente homem público o falecido prefeito Odorico, que foi um administrador corrupto, oportunista, demagogo e inescrupuloso. O mal de um cemitério construído às custas da má gestão de Sucupira vira, satiricamente, o bem construído por um pretenso benfeitor.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

Institução: UNICAMP

Ano da Prova: 2020

Assuntos: Interpretação de Texto

Vídeo Sugerido: YouTube

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