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O autor defende no texto a ideia de que a arte - SAS UEG 2016
Necessidade da arte
Precisamos desde já afirmar que tendemos para considerar natural um fenômeno surpreendente.
Trata-se, com efeito, do seguinte fato: milhões de pessoas leem livros, ouvem música, vão ao teatro, ao
cinema. Por quê? Dizer que procuram distração, descontração e entretenimento não resolve o problema.
Por que motivo distrai, diverte e descontrai o ato de mergulharmos nos problemas e na vida dos outros, o
ato de identificarmo-nos com uma pintura ou uma obra musical, com as personagens de um romance, de
uma peça teatral ou de um filme? Qual a razão por que reagimos perante essa “irrealidade” como se ela
fosse uma realidade intensificada? Que estranho, que misterioso divertimento é esse? E se alguém nos
responde que pretendemos fugir de uma existência medíocre para nos refugiarmos numa outra mais rica,
numa aventura sem riscos, surge-nos uma nova pergunta: por que não nos basta a nossa própria
existência? Seria por que desejamos completar a nossa vida incompleta através de outras figuras e de
outras formas? Por que motivo, na escuridão de uma sala, fixamos o nosso olhar admirado em um palco
iluminado, onde acontece algo que é fictício e que absorve a nossa atenção de forma tão completa?
Evidentemente que o homem quer ser mais do que apenas ele próprio. Quer se realizar como
homem total. Não lhe satisfaz ser um indivíduo isolado; além do prazer da sua vida individual, aspira a
uma “plenitude” que sente e que tenta alcançar, uma plenitude de vida que a sua condição individual com
todas as suas limitações lhe frustra; uma plenitude na direção da qual se orienta quando busca um mundo
mais compreensível e mais justo, um mundo que tenha um sentido. Revolta-se perante a ideia de se
consumir nos limites de sua própria vida, dentro das possibilidades transitórias e limitadas da sua
exclusiva personalidade. Quer se relacionar a alguma coisa mais do que o “Eu”, alguma coisa que, sendo
exterior a ele mesmo, não deixe de lhe ser essencial. O homem deseja ardentemente absorver o mundo
que o rodeia, integrá-lo a si, visando à completude do ser; anseia por prolongar, graças à ciência e à
tecnologia, o seu “Eu” curioso e faminto de mundo até as mais remotas constelações e até os mais
profundos segredos do átomo; anseia por unir na arte o seu “Eu” limitado a uma existência humana
coletiva e por tornar social a sua individualidade.
FISCHER, Ernest. A necessidade da Arte. Lisboa: Ulisseia, s/d . p. 10-11. (Adaptado).
O autor defende no texto a ideia de que a arte
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possibilita ao ser humano transcender a si mesmo, saindo das limitações de uma existência isolada e limitada, para buscar a plenitude por meio da integração ao mundo social que o rodeia.
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revela-se como uma forma de distração e divertimento, por meio da qual o indivíduo afirma sua individualidade e se mostra autossuficiente perante as limitações que a realidade externa lhe impõe.
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realiza o desejo humano de se identificar com as personagens fictícias que lhe são apresentadas pelo cinema e pelo teatro, como uma forma de se imaginar em aventuras sem riscos.
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oferece um modo de valorização da individualidade humana ao apresentar a possibilidade de a imaginação construir as mais diferentes identidades individuais pelas quais as pessoas anseiam.
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representa um fenômeno natural ao ser humano, cuja expressão se dá a partir da extensão das experiências individuais, com o objetivo de mostrar o quão extraordinária é a vida concreta.
Solução
Alternativa Correta: A) possibilita ao ser humano transcender a si mesmo, saindo das limitações de uma existência isolada e limitada, para buscar a plenitude por meio da integração ao mundo social que o rodeia.
Essa resposta pode ser encontrada por meio da leitura dos 6 últimas linhas do texto.
Institução: Universidades Estaduais
Ano da Prova: 2016
Assuntos: Interpretação de Textos
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