Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

“Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer - FAMERP 2016

Atualizado em 13/05/2024

Leia o trecho do conto “As caridades odiosas”, de Clarice Lispector, para responder às questões de 65 a 68.

Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.
– Um doce, moça, compre um doce para mim.
Acordei finalmente. O que estivera eu pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.
Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.

(A descoberta do mundo, 1999.)

“Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete” (4.° parágrafo)
A preposição destacada assume valor semântico semelhante ao que se verifica na frase:

  1. A crítica tem Machado de Assis por um grande autor.

  2. Há ainda algumas questões por fazer.

  3. Ficaremos na Europa por cinco dias.

  4. As tropas cercaram os inimigos por terra e por mar.

  5. Muitas pessoas vão cedo para casa por medo


Solução

Alternativa Correta: E) Muitas pessoas vão cedo para casa por medo

A preposição “por” estabelece entre as palavras relação de causa: por causa do pudor, não olhava para os lados. A mesma relação se estabelece em “por medo”: por causa do medo, as pessoas vão mais cedo para casa.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

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Recebedor: Wesley Rodrigues

Institução: FAMERP

Ano da Prova: 2016

Assuntos: Morfologia

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