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O texto II remete a um período de produção do açúcar em - FATEC 2023
Texto I
O branco açúcar que adoçará meu caféNesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre
Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.
Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
Nem escola,
Homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
Homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
GULLAR, F. “O Açúcar”. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980.
Texto II

https://tinyurl.com/y4ur7lhb Acesso em: 18.10.2019. Original colorido.
* Texto da imagem: “Em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, mas nem todo mundo conseguiu ler.”
As informações contidas na imagem do texto II, localizadas no canto inferior direito, não foram reproduzidas, pois não interferem na resolução das questões apresentadas.
O texto II remete a um período de produção do açúcar em que se estabeleceu um tipo característico de relação social e de trabalho.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, algumas das características dessas relações sociais e de trabalho nos engenhos de açúcar da América portuguesa, no século XVI.
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O modelo de produção de açúcar na América portuguesa beneficiou-se da prática corrente entre os povos africanos, que se ofereciam voluntariamente à escravidão, como forma de fugir das más condições econômicas e climáticas características do subdesenvolvimento do seu continente.
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A escravidão africana foi justificada por diferentes narrativas que utilizavam passagens bíblicas para defender o trabalho forçado como castigo divino ou como forma de expiação dos supostos pecados dos africanos, que, muitas vezes, na América portuguesa, foram separados de membros de suas famílias e comunidades.
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Embora no sudeste prevalecesse a escravidão africana, nos engenhos de açúcar do Nordeste, a mão de obra escravizada era predominantemente de origem indígena andina, fornecida por traficantes de escravos especializados em atravessar clandestinamente a linha de fronteira demarcada pelo Tratado de Tordesilhas.
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Ao contrário das capitanias do Nordeste, que utilizavam mão de obra escravizada, a capitania de São Vicente se caracterizou pelo açúcar de alta qualidade, produzido a partir da mão de obra livre de imigrantes italianos e alemães, que vinham para a América fugindo das guerras de unificação de seus respectivos países.
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A escravidão de africanos e afrodescendentes nos engenhos de açúcar coloniais seguia a lógica interna das sociedades africanas, cujo sistema de produção de commodities em larga escala foi tomado como modelo para o desenvolvimento das colônias europeias em todo o continente americano.
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