Sociologia
Exibindo questões de 1 a 44.
Vivemos no limiar de uma transição, em que a automação - UNICAMP 2024
Sociologia - 2024Vivemos no limiar de uma transição, em que a automação ocupará cada vez mais espaços na sociedade. Neste novo cenário, há um componente atuando com desenvoltura entre nós. Suas ações e decisões, invisíveis e muitas vezes autônomas, estão cada vez mais presentes no dia a dia da vida contemporânea. Seu comportamento, no entanto, é opaco e pouco compreendido. Trata-se dos algoritmos. São eles que, muitas vezes, decidem se você é contratado ou demitido, se você vai ter acesso a um benefício social, se seu visto de imigração vai ser concedido ou negado, quais notícias você vai ver nas redes sociais, qual o melhor trajeto do trabalho para casa ou qual o parceiro mais apropriado para um relacionamento.
(Adaptado de: MENDONÇA, R.F.; FIGUEIRAS, F.; ALMEIDA, V. Algoritmos controlam sociedade e tomam decisões de vida ou morte. Folha de S. Paulo, 7 abr. 2021.)

Nos excertos, os escritores moçambicanos descrevem, cada - FUVEST 2024
Sociologia - 2024Texto I
“Na confusão verde do fundo da machamba, Maria não viu o capataz imediatamente. Esbracejou com aflição, tentando libertar as pernas. O braço rodeou-lhe os ombros duramente. O bafo quente e ácido do homem aproximou-se da sua face. A capulana da Maria desprendeu-se durante a breve luta e a sensação fria de água tornou-se-lhe mais vívida. Um arrepio fê-la contrair-se. Sentiu nas coxas nuas a carícia morna e áspera dos dedos calosos do homem.”
Luis Bernardo Honwana. Dina, In: Nós Matamos o Cão Tinhoso!.
Texto II
“– Mas choraste. A bofetada que te dei foi só uma disciplina para aprenderes a não fazer ciúmes. Gosto muito de ti, Sarnau. És a minha primeira mulher. É tua a honra deste território. Tu és a mãe de todas as mães da nossa terra. Tu és o meu mundo, minha flor, rebuçado [bala] do meu coração. Deixei cair duas gotas de fel bem amargas e salgadinhas. Meu marido acariciava-me à moda dos búfalos; dizia-me coisas no ouvido e o seu hálito fedia a álcool, enjoava-me, arrepiavame, maltratando o meu corpinho frágil. Explodi furiosa e chorei de amargura. – Sarnau, pareces ser uma machamba difícil. Já faz tempo que semeio em ti e não vejo resultado. Com a outra foi tão diferente. Bastou uma sementeira e germinou logo. – Casámo-nos há pouco tempo, Nguila, muito pouco tempo. – Não tenho lá muita paciência. Não estou para lavrar sem colher.”
Aplicando a noção proposta por Robert Merton, no texto I - FUVEST 2024
Sociologia - 2024Texto I
“W. I. Thomas, decano dos sociólogos norte-americanos, formula um teorema básico para as ciências sociais: ‘Se os indivíduos definem as situações como reais, elas são reais em suas consequências’. (...) A primeira parte do teorema constitui uma incessante lembrança de que os homens reagem não somente aos traços objetivos de uma situação, como também, e às vezes principalmente, ao sentido que a situação tem para eles. E, assim que atribuíram algum sentido à situação, sua conduta consequente, e algumas das consequências dessa conduta, são determinadas pelo sentido atribuído. (...) A profecia que se cumpre por si mesma é, inicialmente, uma definição falsa da situação que provoca uma nova conduta, a qual, por sua vez, converte em verdadeiro o conceito originalmente falso.”
A uberização nomeia um novo tipo de gestão e controle da - UNESP 2024
Sociologia - 2024A uberização nomeia um novo tipo de gestão e controle da força de trabalho, também compreendida como uma tendência passível de se generalizar no âmbito das relações de trabalho. […] Resultando das formas contemporâneas de eliminação de direitos, transferência de riscos e custos para os trabalhadores e novos arranjos produtivos, ela em alguma medida sintetiza processos em curso há décadas, ao mesmo tempo em que se apresenta como tendência para o futuro do trabalho. O tema ganha visibilidade com a formação de enormes contingentes de trabalhadores controlados por empresas que operam por meio de plataformas digitais.
Um imperativo adequado ao novo tipo de agir humano - UNESP 2024
Sociologia - 2024Um imperativo adequado ao novo tipo de agir humano e voltado para o novo tipo de sujeito atuante deveria ser mais ou menos assim: “Aja de modo a que os efeitos da sua ação sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a Terra”; ou, expresso negativamente: “Aja de modo a que os efeitos da sua ação não sejam destrutivos para a possibilidade futura de uma tal vida; ou, simplesmente: “Não ponha em perigo as condições necessárias para a conservação indefinida da humanidade sobre a Terra”. O atual imperativo humano se estende em direção a um previsível futuro concreto, que constitui a dimensão inacabada de nossa responsabilidade.
Quando desempenho minha tarefa de irmão, de marido ou - UNICAMP 2024
Sociologia - 2024Quando desempenho minha tarefa de irmão, de marido ou de cidadão, quando executo os compromissos que assumi, eu cumpro deveres que estão definidos fora de mim e de meus atos, no direito e nos costumes. Ainda que eles estejam de acordo com os meus sentimentos próprios e que eu sinta interiormente a realidade deles, tal realidade não deixa de ser objetiva, pois não fui eu que os fiz, mas os recebi pela educação. Eis aí, portanto, maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam essa notável propriedade de existirem fora das consciências individuais.
Manifesto de lançamento da “Coalizão Negra Por Direitos - UNICAMP 2024
Sociologia - 2024
Manifesto de lançamento da “Coalizão Negra Por Direitos”, reunião de entidades e coletivos do movimento negro brasileiro, 2020.
Texto 2
O sociólogo Octavio Ianni afirmou que democracia e cidadania são processos políticos marcados por dificuldades e retrocessos, pois a participação social – especialmente a de grupos como mulheres, negros, indígenas – é uma luta penosa e que, no Brasil, vem sendo realizada precariamente ao longo da história.
As sociólogas Patrícia Hill Collins e Sirma Bilge - UNICAMP 2024
Sociologia - 2024As sociólogas Patrícia Hill Collins e Sirma Bilge procuram explicar as relações entre mérito, oportunidade e desigualdades utilizando a metáfora de um campo de futebol. Elas imaginam uma situação na qual o campo seria um terreno levemente em declive, na qual o gol do Time 1 fica no topo e o do Time 2, na parte baixa. Quando o Time 1 tenta marcar um gol, a topografia do campo ajuda, o que não ocorre com o Time 2, que pode ter talento e disciplina, mas sempre trava uma batalha morro acima para marcar um gol. No caso de uma partida de futebol, torcedores ficariam indignados se os campos de verdade fossem inclinados dessa maneira. No entanto, é isso que fazem as divisões sociais de classe, gênero e raça, ou seja, achamos que estamos jogando em igualdade de condições quando, na verdade, não estamos.
"A negação da plena humanidade do Outro, o seu - UNICAMP 2024
Sociologia - 2024"A negação da plena humanidade do Outro, o seu enclausuramento em categorias que lhe são estranhas, a afirmação de sua incapacidade inata para o desenvolvimento e aperfeiçoamento humano, a destituição da sua capacidade de produzir cultura e civilização prestam-se a afirmar uma razão racializada, que hegemoniza e naturaliza a superioridade europeia."
“Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um - FUVEST 2024
Sociologia - 2024“Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. (...).
Nesse ponto as pessoas são frequentemente vítimas de uma curiosa obnubilação. Elas afirmam que o próximo tem direito, sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde, coisas que ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os quartetos de Beethoven? (...). Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que reivindicamos está na base da reflexão sobre os direitos humanos.”
A associação de sistemas múltiplos de subordinação tem - FUVEST 2023
Sociologia - 2023“A associação de sistemas múltiplos de subordinação tem sido descrita de vários modos: discriminação composta, cargas múltiplas ou como dupla ou tripla discriminação. A interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca capturar as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras”.
CRENSHAW, Kimberlé W. “Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero”. Estudos Feministas, ano 10, nº 1/2002.

De que se trata essa biopolítica, esse biopoder? A nova - UNICAMP 2023
Sociologia - 2023De que se trata essa biopolítica, esse biopoder? A nova tecnologia do poder que se instala se dirige à multiplicidade dos homens, não na medida em que eles se resumem em corpos, mas na medida em que ela forma, ao contrário, uma massa global, afetada por processos de conjunto que são próprios da vida, que são processos como o nascimento, a morte, a produção, a doença etc. É com o nascimento da biopolítica que se lança mão da medição estatística desses fenômenos para fins de regulamentação e de intervenção. Um novo tipo de poder que consiste em fazer viver e em deixar morrer.
“Em nossa época, entretanto, devemos conceber o Estado - FUVEST 2023
Sociologia - 2023“Em nossa época, entretanto, devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território (...) reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física. É, com efeito, próprio de nossa época não reconhecer, em relação a qualquer outro grupo ou aos indivíduos, o direito de fazer uso da violência, a não ser nos casos em que o Estado o tolere: o Estado se transforma, portanto, na única fonte do ‘direito’ à violência”.
WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 1970.
“Com a entrada das milícias na disputa por territórios no Rio de Janeiro, elas passaram a se digladiar pelo domínio geográfico das comunidades cariocas e fluminenses (...). Embora as milícias também comandem a comunidade com tirania e sua autoridade se mantenha à base de ameaças, como fazem os traficantes, e aqueles que contestam seu poder possam perder a vida e sofrer torturas, ao contrário do tráfico, os milicianos se vendem como fiadores de mercadorias valiosíssimas: ordem, estabilidade e possibilidade de planejar o futuro, aliança política com o Estado e a polícia. (...) O lado impopular desse modelo é que a maior parte das receitas para bancar o negócio vem da extorsão dos habitantes”.
O conceito de precariado se refere a uma classe emergente - FATEC 2023
Sociologia - 2020O conceito de precariado se refere a uma classe emergente, definida por uma combinação distinta de relações.
As pessoas do precariado estão sendo forçadas a aceitar uma vida de empregos instáveis, sem uma identidade ocupacional, sendo exploradas e sem horários regulares de trabalho.
Após a leitura e a análise, infere-se corretamente que - FATEC 2023
Sociologia - 2020Texto I
O branco açúcar que adoçará meu caféNesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre
Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.
Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
Nem escola,
Homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
Homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
GULLAR, F. “O Açúcar”. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980.
Texto II

https://tinyurl.com/y4ur7lhb Acesso em: 18.10.2019. Original colorido.
* Texto da imagem: “Em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, mas nem todo mundo conseguiu ler.”
As informações contidas na imagem do texto II, localizadas no canto inferior direito, não foram reproduzidas, pois não interferem na resolução das questões apresentadas.
O texto II remete a um período de produção do açúcar em - FATEC 2023
Sociologia - 2020Texto I
O branco açúcar que adoçará meu caféNesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre
Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.
Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
Nem escola,
Homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
Homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
GULLAR, F. “O Açúcar”. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980.
Texto II

https://tinyurl.com/y4ur7lhb Acesso em: 18.10.2019. Original colorido.
* Texto da imagem: “Em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, mas nem todo mundo conseguiu ler.”
As informações contidas na imagem do texto II, localizadas no canto inferior direito, não foram reproduzidas, pois não interferem na resolução das questões apresentadas.
No Brasil, para uma população 54% negra (incluídos os - UNESP 2018/2
Sociologia - 2018No Brasil, para uma população 54% negra (incluídos os pardos), apenas 14% dos juízes e 2% dos procuradores e promotores públicos são negros. Juízes devem ser imparciais em relação a cor, credo, gênero, e os mais sensíveis desenvolvem empatia que lhes permite colocarse no lugar dos mais desfavorecidos socialmente. Nos Estados Unidos, várias ONGs dedicam-se a defender réus já condenados. Como resultado do trabalho de apenas uma delas, 353 presos foram inocentados em novos julgamentos desde 1989. Desses, 219 eram negros. No Brasil, é uma incógnita o avanço social que seria obtido por uma justiça cega à cor.
“O homem que agride mulher é aquele que levanta todo - UNESP 2018/2
Sociologia - 2018“O homem que agride mulher é aquele que levanta todo dia e sai para trabalhar. Frequenta grupos sociais corriqueiros, como reuniões de pais em escolas. Ele se veste e age de forma socialmente aceita. Só que, ao chegar em casa, comporta-se de forma violenta para manter a qualquer custo o posto de autoridade máxima”, declara a magistrada Teresa Cristina dos Santos. A juíza afirma que a violência contra a mulher é a única forma democrática de violência. Vítimas e agressores são encontrados em todos os segmentos da sociedade. Segundo pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, a despeito de a maioria ter entre 25 e 30 anos e baixa escolaridade, há agressores de todas as idades, condição financeira, nível de instrução e situação profissional. De acordo com a juíza Teresa Cristina, o enfrentamento da violência contra a mulher passa justamente por essa desmistificação de quem é o agressor. “Ao contrário dos crimes comuns, a violência contra a mulher é uma questão cultural”.
Texto 1 O fato de a exposição Queermuseu ter sofrido - UNESP 2018/2
Sociologia - 2018Texto 1
O fato de a exposição Queermuseu ter sofrido uma série de retaliações de setores fascistas e reacionários do Brasil, conhecidos por suas posições homofóbicas, racistas e classistas, faz com que seja importante trazer outras camadas para esse debate. Os ataques à mostra se deram não somente na internet, mas também na própria exposição – onde o público visitante era constrangido com a presença de manifestantes a favor do fechamento da exposição.
(Tiago Sant’Ana. “‘Queermuseu’: a apropriação que acabou em censura”. Le Monde Diplomatique, 18.09.2017. Adaptado.)
Texto 2
A diretora Daniela Thomas apresentou seu filme, Vazante, que fala sobre escravidão, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ela foi duramente questionada no debate a partir de questões que não falam de aspectos estéticos propriamente, mas sobre procedimentos escolhidos para fazer a obra: “você não incluiu pessoas negras na produção, você não teve consultoria de negros para o roteiro”. Chegou-se a sugerir que Daniela não exibisse o filme comercialmente, que ele não fosse colocado nas salas de cinema. A censura está muito presente e ela não é só uma vontade ou um movimento que parte do ponto de vista da direita, mas também da esquerda.
A mídia é estética porque o seu poder de convencimento - UNESP 2018
Sociologia - 2018A mídia é estética porque o seu poder de convencimento, a sua força de verdade e autoridade, passa por categorias do entendimento humano que estão pautadas na sensibilidade, e não na racionalidade. A mídia nos influencia por imagens, e não por argumentos. Se a propaganda de um carro nos promete o dom da liberdade absoluta e não o entrega, a propaganda política não vai ser mais cuidadosa na entrega de suas promessas simbólicas, mesmo porque ela se alimenta das mesmas categorias de discurso messiânico que a religião, outra grande área de venda de castelos no ar.
Texto 1 O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo - UNESP 2017/2
Sociologia - 2017Texto 1
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de juiz do Rio de Janeiro que reivindica que a Justiça obrigue os funcionários do prédio onde esse juiz mora a chamá-lo de “senhor” ou de “doutor”, sob pena de multa diária. Na ação judicial, o juiz argumenta que foi chamado pelo porteiro do condomínio de “você” e de “cara” e que ouviu a expressão “fala sério!” após ter feito uma reclamação.
(Mariana Oliveira. “Ministro do STF nega pedido de juiz que quer ser chamado de ‘doutor’”. http://g1.globo.com, 22.04.2014. Adaptado.)
Texto 2
O “Você sabe com quem está falando?” não parece ser uma expressão nova, mas velha, tradicional, entre nós. Na medida em que as marcas de posição e hierarquização tradicional, como a bengala, as roupas de linho branco, o anel de grau e a caneta-tinteiro no bolso de fora do paletó se dissolvem, incrementa-se imediatamente o uso da expressão separadora de posições sociais para que o igualitarismo formal e legal, mas cambaleante na prática social, possa ficar submetido a outras formas de hierarquização social.
(Roberto da Matta. Carnavais, malandros e heróis, 1983. Adaptado.)
Texto 1 O professor não se aproveitará da audiência - UNESP 2017/2
Sociologia - 2017Texto 1
O professor não se aproveitará da audiência cativa dos estudantes para promover os seus próprios interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
(www.programaescolasempartido.org. Adaptado.)
Texto 2
Ciências sempre incluem controvérsias, mesmo física e química. Se não ensinamos isso também, ensinamos errado. E o mesmo vale para história e sociologia – o professor precisa ensinar Karl Marx, mas também Adam Smith e Émile Durkheim. Mas o conhecimento que precisa ser passado é essencialmente científico – o que não inclui o criacionismo, que é uma teoria religiosa. Com todo respeito, mas família é família, e sociedade é sociedade: a família pode ter crenças de preconceito homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se pode deixar que um jovem nunca seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem que ser exposto a outros valores.
(Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 21.07.2016. Adaptado.)
Texto 1 Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com - UNESP 2017/2
Sociologia - 2017Texto 1
Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas, nunca uma porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria uma vitória espetacular, num planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca tantos tiveram tanta educação nem tanto acesso à saúde.
(José Roberto Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.)
Texto 2
Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou do crescimento total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de todo o crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população melhorou de vida, é verdade, mas o que esse dado demonstra é que poderia ter melhorado muito mais se o resultado do crescimento não terminasse tão concentrado nas mãos dos ricos. O que está em jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo globalizado, os Estados nacionais perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade é uma ameaça à democracia.
(Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar mais desigual do mundo”. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.)
Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM-5 - UNESP 2017/2
Sociologia - 2017Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como a “bíblia da psiquiatria”)? Corremos o risco de todos sermos considerados doentes mentais?
Allen Frances – O DSM-5 expandiu ainda mais o que já era um sistema de diagnóstico muito vagamente definido. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna-se transtorno da compulsão alimentar; ataques de birras de crianças podem se tornar “transtorno do temperamento irregular”; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as crianças normais são diagnosticadas com déficit de atenção e hiperatividade.
Folha – Qual a influência que as grandes farmacêuticas exercem nessa tendência?
Allen Frances – As multinacionais farmacêuticas não têm qualquer influência direta sobre as decisões do DSM, mas aproveitam qualquer oportunidade para criar novas desordens psiquiátricas. Eu acredito, por exemplo, que as farmacêuticas sejam as responsáveis por essas falsas epidemias de TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) e transtorno bipolar.
Texto 1 Estamos em uma situação aterradora: dos lados da - UNESP 2017
Sociologia - 2017Texto 1
Estamos em uma situação aterradora: dos lados da direita e da esquerda há ausência de pensamento. Você conversa com alguém da direita e vê que ele é capaz de dizer quatro frases contraditórias sem perceber as contradições. Você conversa com alguém da extrema esquerda e vê o totalitarismo que também opera com a ausência do pensamento. Então nós estamos ensanduichados entre duas maneiras de recusar o pensamento.
(Marilena Chaui. “Sociedade brasileira: violência e autoritarismo por todos os lados”. Cult. Fevereiro de 2016. Adaptado.)
Texto 2
O fenômeno dos coletivos é um traço regressivo no embate com a solidão do homem moderno. É uma tentativa, canhestra e primitiva, de “voltar ao útero materno” para ver se o ruído insuportável da realidade disforme do mundo se dissolve porque grito palavras de ordem ou faço coisas pelas quais eu mesmo não sou responsabilizado, mas sim o “coletivo”, essa “pessoa” indiferenciada que não existe.
(Luiz Felipe Pondé. “Sapiens x abelhas”. Folha de S.Paulo. 23.05.2016. Adaptado.)
Em maio deste ano, a divulgação do vídeo de uma moça - UNESP 2017
Sociologia - 2017Em maio deste ano, a divulgação do vídeo de uma moça desacordada, vítima de um estupro coletivo, provocou grande indignação na população. Num primeiro momento, prevaleceu a revolta diante da barbárie e a percepção de que o machismo, base da chamada “cultura do estupro”, persiste na sociedade. Passado o primeiro momento, as opiniões divergentes começaram a surgir. Entre os que não veem o machismo como propulsor de crimes desse tipo estão aqueles (e aquelas!) que consideraram os autores do ato uns “monstros”, o que faz do episódio um caso isolado, perpetrado por pessoas más. Houve quem analisasse o fato do ponto de vista da psicologia, sugerindo que, num estupro coletivo, o que importa é o grupo, não a mulher (como ocorre nos trotes contra calouros e na agressão entre torcidas de futebol). Mais uma vez, temos uma reflexão que se propõe explicar os fatos à luz do indivíduo e seu psiquismo. Outros deslocam o problema para as classes sociais menos favorecidas.
São os que costumam ficar horrorizados com a existência de favelas, ambientes onde meninas dançam com pouca roupa ao som das letras machistas do funk.
Quando estou dentro do cinema, tudo me parece perfeito - UNESP 2017
Sociologia - 2017Quando estou dentro do cinema, tudo me parece perfeito, como se eu estivesse dentro de uma máquina de sensações programadas. Mergulho em suspense, em medo, em vinganças sem-fim, tudo narrado como uma ventania, como uma tempestade de planos curtos, tudo tocado por orquestras sinfônicas plagiando Beethoven ou Ravel para cenas românticas, Stravinski para violências e guerras. Não há um só minuto sem música, tudo feito para não desgrudarmos os olhos da tela. A eficiência técnica me faz percorrer milhares de anos-luz de emoções e aventuras aterrorizantes, que nos exaurem como se fôssemos personagens, que nos fazem em pedaços espalhados pela sala, junto com os copos de Coca-Cola e sacos de pipocas. Somos pipocas nesses filmes.
A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame - UNESP 2016
Sociologia - 2016A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ocupa, ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os resultados do ENEM. A escola separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais questões em suas provas internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela Grande São Paulo. E “criou” uma outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo ano é a primeira colocada no Enem. A 569ª posição é a que melhor reflete as condições da escola. O 1.° lugar é uma farsa. A primeira colocada no Enem NÃO é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Todos estudam no mesmo prédio, com os mesmos professores, com o mesmo material, no mesmo horário, convivendo no mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo.
No Brasil todo temos centenas de escolas que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, em cidades grandes, como várias capitais, até mesmo que e a melhor escola de um determinado bairro.
Os textos expõem abordagens sobre o comportamento - UNESP 2016
Sociologia - 2016TEXTO 1
Cientistas americanos observaram, em um estudo recente, o motivo que pode tornar adolescentes impulsivos e infratores. Exames de neuroimagem em jovens mostraram que o córtex pré-frontal, região do cérebro ligada à tomada de decisão, ou seja, que nos faz pensar antes de agir, ainda está em formação nos adolescentes. Essa área do cérebro tende a ficar "madura" somente aos 20 anos. Por outro lado, a região cerebral associada às emoções e à impulsividade, conhecida como sistema límbico, tem um pico de desenvolvimento durante essa fase da vida, o que aumenta a propensão dos jovens a agirem mais com a emoção do que com a razão. O aumento da emotividade e da impulsividade seriam gatilhos naturais para atitudes extremadas, inclusive para cometer crimes.
(Camila Neumam. “Estudo explica por que adolescentes são impulsivos e podem cometer crimes”. www.uol.com.br. 26.05.2015. Adaptado.)
TEXTO 2
A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas condições socioeconômicas de muitos países latino-americanos ocasiona uma grande tensão entre os jovens, o que agrava diretamente os processos de integração social e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade.
Segundo o autor. sobre cinema e literatura é correto - UNESP 2016
Sociologia - 2016Nenhum dos filmes que vi, e me divertiram tanto, me ajudou a compreender o labirinto da psicologia humana como os romances de Dostoievski - ou os mecanismos da vida social como os livros de Tolstói e de Balzac, ou os abismos e os pontos altos que podem coexistir no ser humano, como me ensinaram as sagas literárias de um Thomas Mann, um Faulkner, um Kafka, um Joyce ou um Proust. As ficções apresentadas nas telas são intensas por seu imediatismo e efêmeras por seus resultados. Prendem-nos e nos desencarceram quase de imediato, mas das ficções literárias nos tornamos prisioneiros pela vida toda. Ao menos é o que acontece comigo. porque, sem elas, para o bem ou para o mal, eu não seria como sou, não acreditaria no que acredito nem teria as dúvidas e as certezas que me fazem viver.
Ter uma visão de mundo, avaliar determinado assunto sob - Unespar 2016
Sociologia - 2016“Ter uma visão de mundo, avaliar determinado assunto sob certa ótica, nascer e conviver em uma classe social, pertencer a uma etnia, ser homem ou mulher são algumas das condições que nos levam a pensar na diversidade humana, cultural e ideológica, e, consequentemente, na alteridade, isto é, no outro ser humano, que é igual a cada um de nós e, ao mesmo tempo, diferente”.
A sociologia, enquanto ciência da sociedade, é definida - UNESPAR 2016
Sociologia - 2016A sociologia, enquanto ciência da sociedade, é definida a partir de um método, bem como de um objeto clarificado, a saber, funcionalismo (método) e fato social (objeto). Ainda que Augusto Comte, com seu curso de filosofia positiva, tenha construído uma filosofia da história, que se desdobra, a partir de Emile Durkheim, na denominada ciência da sociedade, sociologia, não se pode, do ponto de vista de um método e também de um objeto, atribuir a Augusto Comte a paternidade da sociologia, mas sim ao pensador francês, Emile Durkheim, pois é dele a construção de um objeto para a sociologia.
A visão de Taylor, a de Ford e, depois a de Elton Mayo - UNESPAR 2016
Sociologia - 2016A visão de Taylor, a de Ford e, depois a de Elton Mayo revelam a influência das formulações de Durkheim sobrea consciência coletiva. Durkheim afirmou que a uma consciência coletiva que define as ações individuais, submetendo todos à norma, à regra, à disciplina, á mora e à ordem estabelecidas. As empresas devem dar continuidade a isso, definindo claramente o lugar e a atividades de cada um, para que não haja dúvida sobre o que cada membro deve fazer. Se houver conflito, diz ele, deve ser minimizado através de uma coesão social, baseada na ideia de consenso, orientada pela existência de uma consciência coletiva que paira acima dos indivíduos na sociedade.
O feminismo não é uma ideologia no sentido positivo de - UNESP 2016/2
Sociologia - 2016O feminismo não é uma ideologia no sentido positivo de conjunto de ideias, muito menos é uma ideologia no sentido negativo de “falsa consciência” que serviria para acobertar a disputa de poder entre homens e mulheres. O feminismo não é uma inversão ideológica. Não é uma inversão do poder. Uma inversão pressuporia sua manutenção. Em outras palavras, o feminismo não é uma manutenção do poder patriarcal com roupagem nova ou invertida que se alcança por uma ideologia de puro oposicionismo. É preciso tirá-lo do clima puramente acadêmico, do clima de qualquer pureza, branca, de classe média ou alta, de corpos autorizados, de crenças em identidades estanques e propostas como naturais pelo sistema da razão que administra a não-identidade evitando que ela floresça.
A utilização de fantasia pelo sistema de crença que - UNESP 2016/2
Sociologia - 2016A utilização de fantasia pelo sistema de crença que reafirma o capitalismo ocorre a partir do consenso popular que é realizado por meio da conquista, pelos assalariados, de bens simbólicos, de expectativas e de interesses. Assim sendo, o sistema de crença no consumo não opera sobre programas concretos e imediatos, mas sim a partir de imagens criadas pela publicidade e pela propaganda, que são fomentadas exclusivamente pela base econômica da sociedade; daí a permanente busca de realização econômica como sinônimo de todas as outras realizações ou satisfações. Por isso é que nos roteiros de cenas a comunicação sempre espelha a positividade. Não há dor, nem crueldade, nem conflito, nem injustiça, nem infelicidade, nem miséria. A seleção e associação de signos são trabalhadas para nem de longe sugerir dúvidas no sistema de crença no consumo. O jovem rebelde é bonito, forte, penteado e vestido com grife divulgada; o belo casal transpira boas expectativas de vida no calor do forno de micro-ondas ou na certeza de um seguro de vida ou mediante uma assistência médica eficiente; uma supercriança lambe nos superdedos a margarina de uma família feliz.
A imagem retrata a jovem paquistanesa Malala Yousafzai em - FGV 2015
Sociologia - 2015
A imagem retrata a jovem paquistanesa Malala Yousafzai em discurso na ONU, em julho de 2013, trajando o véu e o xale da ex-premiê do Paquistão Benazir Bhutto, assassinada em 2007 em um atentado político.
Leia trechos do discurso de Malala:
Queridos amigos, em 09 de outubro de 2012, o Talibã atirou no lado esquerdo da minha testa. Atiraram nos meus amigos também. Eles acharam que aquelas balas nos silenciariam. Mas falharam e, então, do silêncio vieram milhares de vozes. (...) O sábio ditado que diz A caneta é mais poderosa que a espada é verdadeiro. Os extremistas têm medo dos livros e das canetas. O poder da educação os assusta e eles têm medo das mulheres. (...) É por isto que eles mataram 14 estudantes inocentes no recente ataque em Quetta. E é por isto que eles matam professoras. É por isto que eles atacam escolas todos os dias: porque tiveram e têm medo da mudança, da igualdade que vamos trazer para a nossa sociedade. (...) Deixem-nos pegar nossos livros e canetas porque estas são as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.
De acordo com Darcy Ribeiro, dois movimentos caminharam - UNESP 2015/2
Sociologia - 2015Leia o texto para responder às questões 52 e 53.
Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê a si mesma e é vista como uma gente nova, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, porém, porque se viabiliza como um proletariado externo, como um implante ultramarino da expansão europeia que não existe para si mesmo, mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício da função de provedor colonial de bens para o mercado mundial, através do desgaste da população. Sua unidade étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade, mesmo porque atuaram sobre ela forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a migração. Por essas vias se plasmaram historicamente diversos modos rústicos de ser dos brasileiros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados pelo que têm de comum como brasileiros, do que pelas diferenças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou de miscigenação e aculturação que emprestam fisionomia própria a uma ou outra parcela da população.
As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo - UNESP 2015/2
Sociologia - 2015Analise as charges.

– Qual o pecado mais evidente dos médicos atualmente? - UNESP 2015/2
Sociologia - 2015– Qual o pecado mais evidente dos médicos atualmente?
– Os médicos estão muito arrogantes, impondo seu ponto de vista a todo custo. Parte da culpa é das subespecializações médicas, um fenômeno recente na medicina. Os médicos atualmente só sabem falar de questões referentes às suas subespecialidades. Não do paciente. Quando o paciente procura ajuda médica, ele é um indivíduo, não uma média
– é único. Parece chavão, mas pensar assim faz uma diferença brutal.
A crise de abastecimento de água em São Paulo se - UNESP 2015/2
Sociologia - 2015A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 2002, quando a empresa pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com essa alteração, a água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a sociedade, abandonando-se o foco na universalização dos serviços de saneamento básico. Nesse mesmo caminho, seguiu uma diretriz estratégica de atender à expansão econômica, beneficiando-se com a lucratividade do aumento do consumo, ignorando a suficiência de água para atender a essa crescente demanda. Do ponto de vista neoliberal, a crise hídrica oferece “grandes e novas oportunidades” de negócios, tanto para obras como para serviços, especialmente no setor de gestão das águas, uma vez que se trata de um bem essencial de que todos são obrigados a dispor a qualquer preço e custo.
A decisão de uma prefeitura nos arredores de Paris - UNESP 2015/2
Sociologia - 2015A decisão de uma prefeitura nos arredores de Paris dedistribuir mochilas escolares azuis para os meninos e rosa para meninas provocou polêmica na França. Nas bolsas distribuídas pela prefeitura de Puteaux, há também um kit para construir robôs, para os meninos, e miçangas para fazer bijuterias, para as meninas. A distinção causou polêmica no momento em que o governo implementa na rede educacional um programa para promover a igualdade entre homens e mulheres e lutar contra os estereótipos.
Projeto no Iraque reduz a idade mínima de casamento para - UNESP 2015
Sociologia - 2015Projeto no Iraque reduz a idade mínima de casamento para xiitas mulheres para 9 anos. Xiitas iraquianas, caso o texto seja aprovado, só poderão sair de casa com autorização do marido e deverão estar sempre disponíveis para relações sexuais. Esse tipo de notícia coloca em xeque os ungidos multiculturalistas ocidentais. Como, segundo estes, não há culturas atrasadas mas apenas “diferentes”, e porque a democracia, entendida apenas como escolha da maioria, é um valor absoluto, por que condenar quando a maioria de um povo escolhe por voto a sharia*? Chegamos ao impasse dos multiculturalistas: aceitam que cada cultura seja “apenas diferente” e que, portanto, não há bárbaros, ou constatam o óbvio, ou seja, que certas sociedades ainda vivem presas a valores abjetos, que ignoram completamente as liberdades básicas dos indivíduos. Qual vai ser a opção?
*Sharia: lei islâmica.
Numa decisão para lá de polêmica, o juiz federal Eugênio - UNESP 2015
Sociologia - 2015Numa decisão para lá de polêmica, o juiz federal Eugênio Rosa de Araújo, da 17.ª Vara Federal do Rio, indeferiu pedido do Ministério Público para que fossem retirados da rede vídeos tidos como ofensivos à umbanda e ao candomblé. No despacho, o magistrado afirmou que esses sistemas de crenças “não contêm os traços necessários de uma religião” por não terem um texto-base, uma estrutura hierárquica nem “um Deus a ser venerado”. Para mim, esse é um belo caso de conclusão certa pelas razões erradas. Creio que o juiz agiu bem ao não censurar os filmes, mas meteu os pés pelas mãos ao justificar a decisão. Ao contrário do Ministério Público, não penso que religiões devam ser imunes à crítica. Se algum evangélico julga que o candomblé está associado ao diabo, deve ter a liberdade de dizê-lo. Como não podemos nem sequer estabelecer se Deus e o demônio existem, o mais lógico é que prevaleça a liberdade de dizer qualquer coisa.
A complexidade do ambiente amazônico em muito influencia na vida das
Sociologia - 2013A complexidade do ambiente amazônico em muito influencia na vida das populações que fazem desse ambiente o seu habitat.
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