Disciplina: Filosofia 0 Curtidas

IHU On-Line – A medicalização de condutas classificadas - VUNESP 2014

Atualizado em 27/08/2024

IHU On-Line – A medicalização de condutas classificadas como “anormais” se estendeu a praticamente todos os domínios de nossa existência. A quem interessa a medicalização da vida?

Sandra Caponi – A muitas pessoas. Em primeiro lugar ao saber médico, aos psiquiatras, mas também aos médicos gerais e especialistas. Interessa muito especialmente aos laboratórios farmacêuticos que, desse modo, podem vender seus medicamentos e ampliar o mercado de consumidores de psicofármacos de modo quase indefinido. Porém, esse interesse seria irrelevante se não existisse uma demanda social que aceita e até solicita que uma ampla variedade de comportamentos cotidianos ingresse no domínio do patológico. Um exemplo bastante óbvio é a escola. Crianças com problemas de comportamento mais ou menos sérios hoje recebem rapidamente um diagnóstico psiquiátrico. São medicadas, respondem à medicação e atingem o objetivo social procurado. Essas crianças que tomam ritalina ou antipsicóticos ficam mais calmas, mais sossegadas, concentradas e, ao mesmo tempo, mais tristes e isoladas.

(www.ihuonline.unisinos.br. Adaptado.)

Podemos considerar como uma importante implicação filosófica da medicalização da vida

  1. a incorporação do conhecimento científico como meio de valorização da autonomia emocional e intelectual.

  2. a institucionalização de procedimentos de análise e de cura psiquiátrica absolutamente objetivos e eficientes.

  3. a proliferação social de conhecimentos e procedimentos médicos que pressupõem a patologização da vida cotidiana.

  4. a contribuição eticamente positiva da psiquiatrização do comportamento infantil e juvenil na esfera pedagógica.

  5. o caráter neutro do progresso científico em relação a condicionamentos materiais e a demandas sociais.


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