Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

A novela Sarapalha apresenta uma estória dentro de outra - FUVEST 2018

Atualizado em 13/05/2024

Sarapalha

– Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!
– É um instantinho e passa... É só ter paciência....
– É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!... Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p’r’os infernos!...
– Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem de ferro que levou...
– Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a estória, Primo? Como é?...
– O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é bom variar...
– Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...
– O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça p’ra ir se fugir com ele”...
– Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero, nenhuma!... Quero só ela... Luísa...
– Prima Luísa...
– Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo! Me ajuda a ver...
– Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!
– Não é mesmo não...
– Pois então?!
– Conta o resto da estória!...
– ...“Então, a moça, que não sabia que o moço bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi com ele na canoa, descendo o rio...”

A novela Sarapalha apresenta uma estória dentro de outra, por meio da qual a personagem masculina da narrativa principal (Primo Argemiro) alude a uma mulher da narrativa secundária (a moça levada pelo capeta). O mesmo procedimento ocorre em

Guimarães Rosa, Sagarana.

  1. Duelo, com Cassiano e Silivana.

  2. Minha gente, com Ramiro e a filha de Emílio.

  3. A volta do marido pródigo, com Lalino e Maria Rita.

  4. O burrinho pedrês, com Raymundão e a namorada de Silvino.

  5. A hora e vez de Augusto Matraga, com Ovídio e Dionóra.


Solução

Alternativa Correta: D) O burrinho pedrês, com Raymundão e a namorada de Silvino.

O uso de narrativas de encaixe é aspecto relevante em Sagarana, presente nos contos “Sarapalha” e “O Burrinho Pedrês”, em que os personagens Argemiro e Raymundão assumem um papel de narradores de estórias secundárias. Em “O Burrinho Pedrês”, Raymundão relata o fato de Silvino querer matar Badú, porque este roubou a namorada de Silvino. Essa é uma narrativa secundária tal qual é a estória da moça que fugiu com o capeta, contada pelo primo Argemiro em “Sarapalha”.

Créditos da Resolução: Curso Objetivo

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Recebedor: Wesley Rodrigues

Institução: FUVEST

Ano da Prova: 2018

Assuntos: Narrativa

Vídeo Sugerido: YouTube

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