Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
Considere as seguintes substituições propostas para - FUVEST 2013
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, quanto mais jogá-la com a precisão que
5 tinha quando era garoto. (...) Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento das mãos.
10 Hoje não sei mais que jeito é esse. Eu sabia a fórmula de fazer cola caseira. Algo envolvendo farinha e água e muita confusão na cozinha, de onde éramos expulsos sob ameaças. Hoje não sei mais.
15 A gente começava a contar depois de ver um relâmpago e o número a que chegasse quando ouvia a trovoada, multiplicado por outro número, dava a distância exata do relâmpago. Não me lembro mais dos números.
20 Lembro o orgulho com que consegui, pela primeira vez, cuspir corretamente pelo espaço adequado entre os dentes de cima e a ponta da língua de modo que o cuspe ganhasse distância e pudesse ser mirado. Com prática, conseguia-se controlar a
25 trajetória elíptica da cusparada com uma mínima margem de erro. Era puro instinto. Hoje o mesmo feito requereria complicados cálculos de balística, e eu provavelmente só acertaria a frente da minha camisa. Outra habilidade perdida.
30 Na verdade, deve-se revisar aquela antiga frase. É vivendo e ........... . Não falo daquelas coisas que deixamos de fazer porque não temos mais as condições físicas e a coragem de antigamente, como subir em bonde andando – mesmo porque não há
35 mais bondes andando. Falo da sabedoria desperdiçada, das artes que nos abandonaram. Algumas até úteis. Quem nunca desejou ainda ter o cuspe certeiro de garoto para acertar em algum alvo contemporâneo, bem no olho, depois sair correndo? Eu já.
Considere as seguintes substituições propostas para diferentes trechos do texto:
I. “o número a que chegasse” (L. 16) = o número a que alcançasse.
II. “Lembro o orgulho” (L. 20) = Recordo-me do orgulho.
III. “coisas que deixamos de fazer” (L. 31-32) = coisas que nos descartamos.
IV. “não há mais bondes” (L. 34-35) = não existe mais bondes.
(Luís Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola.)
A correção gramatical está preservada apenas no que foi proposto em
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I.
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II.
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III.
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II e IV.
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I, III e IV.
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