Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

De acordo com o texto, o uso de "colaborador” no lugar - FUVEST 2023

Atualizado em 13/05/2024

Luc Boltanski e Ève Chiapello demonstram com clareza e sagacidade a capacidade antropofágica do capitalismo financeiro que “engole” a linguagem do protesto e da libertação para transformá-la e utilizá-la para legitimar a dominação social e política a partir do próprio mercado.

Na dimensão do mundo do trabalho, por exemplo, todo um novo vocabulário teve que ser inventado para escamotear as novas transformações e melhor oprimir o trabalhador. Com essa linguagem aparentemente libertadora, passa-se a impressão de que o ambiente de trabalho melhorou e o trabalhador se emancipou.

Assim houve um esforço dirigido para transformar o trabalhador em "colaborador", para eufemizar e esconder a consciência de sua superexploração; tenta-se também exaltar os supostos valores de liderança para possibilitar que, a partir de agora, o próprio funcionário, não mais o patrão, passe a controlar e vigiar o colega de trabalho. Ou, ainda, há a intenção de difundir a cultura do empreendedorismo, segundo a qual todo mundo pode ser empresário de si mesmo. E, o mais importante, se ele falhar nessa empreitada, a culpa é apenas dele. É necessário sempre culpar individualmente a vítima pelo fracasso socialmente construído.

De acordo com o texto, o uso de "colaborador” no lugar de “trabalhador”, no campo das relações de trabalho, indica

SOUZA, Jessé. Como o racismo criou o Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2021.

  1. o apagamento da linguagem de reivindicação e a falsa ideia de um trabalhador fortalecido.

  2. a valorização do trabalhador vigiado pelo Estado nas tradicionais relações empregatícias.

  3. a difusão da cultura da meritocracia, que fortalece as relações do trabalhador com o Estado.

  4. a consciência do patrão que rejeita a cultura do neoliberalismo.

  5. o impedimento de o trabalhador investir na prática do empreendedorismo.


Solução

Alternativa Correta: A) o apagamento da linguagem de reivindicação e a falsa ideia de um trabalhador fortalecido.

Os movimentos de luta social por melhorias nas condições de trabalho refletem claramente a luta de classes, numa clara oposição entre os empregados, que se identificam historicamente como trabalhadores, e os empregadores. Substituir a forma “trabalhador” por “colaborador”, não apenas desfoca e suaviza a condição de subordinação do trabalhador, como também enfraquece a construção de luta em torno de uma identidade coletiva.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

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Recebedor: Wesley Rodrigues

Institução: FUVEST

Ano da Prova: 2023

Assuntos: Funções de Linguagem

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