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Leia os textos. I. Mas esse astro que fulgente Das - UNIFESP 2010

Atualizado em 29/12/2024

Manuel Bandeira, passeando pelo interior de Pernambuco, pediu água numa casa e ouviu a mãe gritar para o filho: “Anacoluto, traz água pro moço, Anacoluto!” O menino obedeceu, Bandeira bebeu a água e saiu dando pulo: não é todo dia que alguém tem a fortuna de dar com um nome desses. Anacoluto é um senhor nome e descobri-lo é quase como descobrir a América. Feliz Manuel Bandeira.

Leia os textos.
I. Mas esse astro que fulgente
Das águias brilhara à frente,
Do Capitólio baixou.
(Soares de Passos)

II. Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
(Mário Quintana)

III. No berço, pendente dos ramos floridos,
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
(Casimiro de Abreu)

Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, o anacoluto é a mudança de construção sintática no meio do enunciado, geralmente depois de uma pausa sensível, o que faz uma expressão ficar desligada e solta no período. Com base nesses dados, o nome do menino faz uma alusão a uma figura de sintaxe que está exemplificada apenas em

  1. I.

  2. II.

  3. III.

  4. I e II.

  5. I e III.


Solução

Alternativa Correta: C) III.

A resposta correta é a alternativa C, porque o exemplo de anacoluto está presente no terceiro texto (III), de Casimiro de Abreu. O anacoluto é uma figura de sintaxe que ocorre quando uma construção sintática é interrompida ou modificada no meio do enunciado, criando uma desconexão entre o início e o fim da frase. No trecho “No berço, pendente dos ramos floridos, Em que eu pequenino feliz dormitava: Quem é que esse berço com todo o cuidado Cantando cantigas alegre embalava?”, a frase começa com “No berço”, mas logo depois ocorre uma mudança na construção sintática com a frase “Quem é que esse berço...”. Esse tipo de quebra na estrutura do período é o que caracteriza o anacoluto, pois o adjunto adverbial ("No berço") não tem uma relação direta com o sujeito da oração seguinte.

Nos outros exemplos, o anacoluto não ocorre. No primeiro texto (I), de Soares de Passos, a estrutura sintática está correta e coesa, com as orações conectadas de maneira lógica. No segundo texto (II), de Mário Quintana, também não há uma mudança abrupta ou quebra sintática que caracterize um anacoluto, pois a construção da frase segue de forma normal e fluida.

Portanto, a única frase que exemplifica claramente a figura do anacoluto é a do terceiro texto, e é por isso que a alternativa correta é a C.

Institução: UNIFESP

Ano da Prova: 2010

Assuntos: Interpretação Textual

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