Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
Na oração “— Traduzo coisa nenhuma” (5.o parágrafo), o term - FGV 2020
Leia o texto para responder
Modos de xingar
— Biltre!
— O quê?
— Biltre! Sacripanta!
— Traduz isso para português.
— Traduzo coisa nenhuma. Além do mais, charro!
Onagro!
Parei para escutar. As palavras estranhas jorravam do interior de um Ford de bigode. Quem as proferia era um senhor idoso, terno escuro, fisionomia respeitável, alterada pela indignação. Quem as recebia era um garotão de camisa esporte; dentes clarinhos emergindo da floresta capilar, no interior de um fusca. Desses casos de toda hora: o fusca bateu no Ford. Discussão. Bate-boca. O velho usava o repertório de xingamentos de seu tempo e de sua condição: professor, quem sabe? leitor de Camilo Castelo Branco.
Os velhos xingamentos. Pessoas havia que se recusavam a usar o trivial das ruas e botequins, e iam pedir a Rui Barbosa, aos mestres da língua, expressões que castigassem fortemente o adversário. Esse material seleto vinha esmaltar artigos de polêmica (polemizava-se muito nos jornais do começo do século), discursos políticos (nos intervalos do estado de sítio, é lógico) e um pouco os incidentes de calçada. A maioria, sem dúvida, não se empenhava em requintes.
(Carlos Drummond de Andrade. “Modos de xingar”.
As palavras que ninguém diz, 2011.)
Na oração “— Traduzo coisa nenhuma” (5.o parágrafo), o termo sublinhado pertence à mesma classe de palavras do termo sublinhado em:
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O lugar certo onde ocorreu a batida entre o Ford e o fusca eu não lembro agora.
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O senhor do Ford proferia ofensas ao jovem do fusca, pensando estar fazendo o certo.
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Para muitos, não era certo ofender com palavras simples, tinham que castigar.
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Em um bate-boca, ninguém acaba falando certo, já que as ofensas prevalecem.
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Na fala do senhor idoso, o jovem identificou certo termo que desconhecia.
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