Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
“O menino da porteira”, cururu gravado em 1955, mostra - UNIFESP 2003
A questão toma por base a primeira estrofe de “O menino da porteira”, de Teddy Vieira (1922–1965) e Luís Raimundo (1916 –), o Luisinho, e a letra de “Meu bem-querer”, de Djavan (1949–).
O Menino da Porteira
Toda a vez que eu viajava
Pela estrada de Ouro Fino,
De longe eu avistava
A figura de um menino,
Que corria abri[r] a porteira
Depois vinha me pedindo:
– Toque o berrante, seu moço,
Que é p’ra mim ficá[ar] ouvindo.
(Luisinho, Limeira e Zezinha, 1955)
Meu bem querer
Meu bem-quererÉ segredo, é sagrado,
Está sacramentado
Em meu coração.
Meu bem-querer
Tem um quê de pecado
Acariciado pela emoção.
Meu bem-querer, meu encanto,
Tô sofrendo tanto, amor.
E o que é o sofrer
Para mim, que estou
Jurado p’ra morrer de amor?
( Djavan. Alumbramento. Emi-Odeon. 1980)
“O menino da porteira”, cururu gravado em 1955, mostra-se como um significativo exemplo de projeção da linguagem oral cotidiana na poesia-canção popular brasileira. Observe o verso Que é p’ra mim ficá[ar] ouvindo, e compare-o com o verso Pra mim, que estou, de Djavan. Num deles ocorre um fato lingüístico que a gramática normativa considera “erro de português”. A indicação do “erro” e a “correção” correspondente estão em
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p’ra mim, de “O menino da porteira”, que deveria ser corrigida para p’ra eu, pois o pronome pessoal eu é objeto direto da locução verbal ficá ouvindo
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para mim, de “Meu bem-querer”, que deveria ser corrigida para para eu, porque o pronome pessoal eu é sujeito do verbo estou.
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para mim, de “Meu bem-querer”, que deveria ser corrigida para p’ra eu, por analogia a p’ra morrer, do verso seguinte.
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p’ra mim, de “O menino da porteira”, que deveria ser corrigida para p’ra eu, uma vez que o pronome pessoal eu é sujeito da locução verbal ficá ouvindo.
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p’ra mim, de “O menino da porteira”, que deveria ser corrigida para para eu, por se tratar de uma locução adverbial.
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