Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

O texto faz referência à sinestesia, um recurso semântico - FATEC 2018

Atualizado em 13/05/2024

Palavras: uma questão de estilo

A construção de um bom texto depende da criatividade de quem o escreve. Veja como o uso das palavras exerce um papel importante nesse contexto.

João Ribeiro, eminente gramático e profundo conhecedor da língua portuguesa, disse certa vez, em entrevista que deu ao jornalista carioca João do Rio (O Momento Literário), que o estilo seria, antes de tudo, “a ideia precisa e exata na sua forma exata e precisa”. De fato, não são poucos os que acreditam que o estilo depende, basicamente, da conjunção precisa entre forma e fundo, ideia em si mesma legítima, embora se saiba que até mesmo o que se considera erro, lacuna, falha ou desvio pode ser, no limite, considerado… uma questão de estilo. Falar em estilo na língua portuguesa remete-nos, imediatamente, a certa escala de valores que não apenas as frases, as orações e os períodos contêm, mas que também as palavras, isoladamente ou não, possuem. Assim, da mesma maneira que temos, no que compete à gramática da língua, as categorias essenciais (substantivos, verbos, adjetivos), auxiliares (artigos, preposições) e determinantes (advérbios, numerais), nas quais os vocábulos se subdividem, em termos de estilo essas categorias são também fundamentais para que possamos apreender a língua não em sua estrutura morfossintática, mas em sua configuração estilística. Uma frase como “Aires não pensava nada, mas percebeu que os outros pensavam alguma cousa”, retirada do romance Memorial de Aires, de Machado de Assis, é reveladora não apenas pelo sentido que ela tem para a economia do romance, mas também em razão do peso que os verbos possuem no período, ora pelo jogo de oposições entre singular e plural (pensava / pensavam); ora pela dicotomia entre afirmação e negação (pensava / não pensavam); ora pela mediação, entre os dois vocábulos, realizada pelo verbo percebeu (pensava / percebeu / pensavam); ora ainda pelo contraste entre dois tempos verbais, o pretérito imperfeito (pensava / pensavam) e o perfeito (percebeu). Tudo isso se torna significativo, literariamente falando, para a narrativa e, mais do que um traço morfossintático, é um traço estilístico marcante na escala de valores a que aqui nos referimos e que pode, ainda, ter uma natureza sinestésica, estando ligada a determinados sentidos humanos. Por exemplo, é muito comum associarmos deter minadas palavras a determinados sentidos, criando assim – no âmbito da percepção estilística – imagens visuais, auditivas, táteis, olfativas ou gustativas.

O texto faz referência à sinestesia, um recurso semântico capaz de tornar o texto mais expressivo.
Assinale a alternativa que apresenta um exemplo da figura de linguagem conhecida como sinestesia.

https://tinyurl.com/y7wzrn8k Acesso em: 07.11.2017. Adaptado.

  1. O toque de suas mãos era frio como a neve.

  2. Suas palavras eram amargas e frias.

  3. Caía lá fora a neve fria.

  4. O inverno sem você é glacial.

  5. O frio contava as histórias de tempos passados.


Solução

Alternativa Correta: B) Suas palavras eram amargas e frias.

Em "amargas e frias", há a fusão da sensação gustativa ("amargas") com a tátil ("frias"), caracterizando-se, assim, a figura de palavra denominada sinestesia.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

QrCode Estuda por aqui

Ajude-nos com uma doação!

Nós trabalhamos duro para manter este site e oferecer conteúdo de qualidade gratuitamente. Se você gostou do que oferecemos, por favor, considere fazer uma doação de qualquer valor através do PIX para nos ajudar a manter o site funcionando. Sua contribuição é muito valiosa para nós!
Chave PIX: contato@estudaporaqui.com.br
Recebedor: Wesley Rodrigues

Institução: FATEC

Ano da Prova: 2018

Assuntos: Figuras de Linguagem

Vídeo Sugerido: YouTube

Ainda não há comentários.

Autenticação necessária

É necessário iniciar sessão para comentar

Entrar Registrar