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Os trechos “Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana" - UNIFESP 2017
Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder a questão.
Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”
(Fábulas completas, 2013.)
Os trechos “Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana” e “vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa” foram construídos em discurso indireto. Ao se transpor tais trechos para o discurso direto, o verbo “entrasse” e a locução verbal “tinha visto” assumem, respectivamente, as seguintes formas:
-
“entrai” e “vira”.
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“entrou” e “viu”.
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“entre” e “vira”.
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“entre” e “viu”.
-
“entrai” e “viu”.
Solução
Alternativa Correta: D) “entre” e “viu”.
A alternativa D) é a correta porque ela traduz adequadamente a mudança das formas verbais do discurso indireto para o discurso direto. No trecho “Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana”, a forma verbal "entrasse" está no imperfeito do subjuntivo, que, ao ser transposta para o discurso direto, se torna um comando ou sugestão. Assim, essa forma se transforma em "entre", que é a forma do imperativo para a segunda pessoa do singular.
Da mesma forma, no trecho “vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa”, a locução verbal “tinha visto” é um pretérito mais-que-perfeito composto. Quando se passa para o discurso direto, essa locução é simplificada para "viu", que corresponde ao pretérito perfeito do indicativo. Essa transformação reflete a mudança do tempo verbal adequado ao contexto do discurso direto, onde a ação é apresentada como um fato concluído.
As outras alternativas falham em refletir corretamente essas mudanças. Por exemplo, "entrai" e "vira" não correspondem às formas verbais necessárias, e "entrou" altera o sentido original. Portanto, a opção D) é a única que mantém a correção das formas verbais ao realizar a transposição do discurso indireto para o discurso direto, mantendo a coerência com o enunciado original.
Institução: UNIFESP
Ano da Prova: 2017
Assuntos: Interpretação Textual
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