Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
Pressupostos teóricos da Poesia Concreta propõem a real - UNIFESP 2003
A questão baseia-se no poema concreto Epithalamium II, de Pedro Xisto (1901-1987).

Pressupostos teóricos da Poesia Concreta propõem a realização de um poema-objeto, isto é, uma obra que informa por meio de sua própria estrutura (estrutura = conteúdo); valoriza, entre outros elementos, o espaço em branco da página, como produtor de sentidos, e a utilização de formas visuais. Em várias edições de Epithalamium II (epitalâmio = canto ou poema nupcial), aparecem as seguintes indicações: he = ele; & = e; S = serpens; h = homo; e = Eva. Observe o poema, e, mediante as indicações do autor, aponte, dentre as alternativas, aquela que mais se aproxima da mensagem da obra.
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As três letras, dispostas de modo a produzir uma imagem visual, denotam que o homem e a mulher, representados pelos pronomes pessoais, em inglês, foram coisificados e, após, separados um do outro, pelo pecado original (Adão e Eva).
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A letra S, que desenha e escreve She, ao mesmo tempo que compõe as formas sinuosas de uma serpente (=pecado), parece que enlaça o he. Poderia evocar, por um lado, que os gêneros humanos se completam, um no outro, e, por outro, a supremacia da feminilidade sobre a masculinidade, já que he (=ele) é configurado no interior de She (=ela).
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O &, que se desenha no poema, revela, por um lado, a desintegração mulher/homem (representados em inglês) e, por outro, a situação dos seres humanos no mundo capitalista. Isto se justifica pelo fato de & lembrar a forma com que se designa a razão social das empresas.
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O significado do poema se esgota na simples contemplação do mesmo, como se fosse o logotipo de uma empresa. O She e o he comparecem como artifícios provocativos que disfarçam os significados de si próprios. Neste sentido, masculinidade e feminilidade se anulam.
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Não há hierarquia entre She (=ela) e he (=ele), uma vez que esses pronomes pessoais estão desenhados em forma vertical no espaço branco da página, e não horizontalmente, como seria comum na poesia tradicional.
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