Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

Transforma-se o amador na coisa amada, Por virtude do - UNICAMP 2018

Atualizado em 13/05/2024

Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,

Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.

(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro: Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)

Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão. Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o chamado “neoplatonismo” camoniano

  1. é afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a união entre amador e pessoa amada resulta em uma alma única e perfeita.

  2. é confirmado nos dois últimos tercetos, uma vez que a beleza e a pureza reúnem-se finalmente na matéria simples que deseja.

  3. é negado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a consequência da união entre amador e coisa amada é a ausência de desejo.

  4. é contrariado nos dois últimos tercetos, uma vez que a pureza e a beleza mantêm-se em harmonia na sua condição de ideia.


Solução

Alternativa Correta: A) é afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a união entre amador e pessoa amada resulta em uma alma única e perfeita.

Nos dois quartetos, o neoplatonismo já se impõe nos dois primeiros versos (Transforma-se o amador na coisa amada/por virtude de muito imaginar). No decorrer dos quartetos, percebe-se a união metafísica, ideal entre o eu lírico e a amada.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

Institução: UNICAMP

Ano da Prova: 2018

Assuntos: Literatura

Vídeo Sugerido: YouTube

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