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A visão do eu lírico no texto I - FUVEST 2022

Atualizado em 13/05/2024

LEIA OS SEGUINTES TEXTOS DE MACHADO DE ASSIS PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 20 A 22:

I.
Suave mari magno*

Lembra-me que, em certo dia,
Na rua, ao sol de verão,
Envenenado morria
Um pobre cão.

Arfava, espumava e ria,
De um riso espúrio e bufão,
Ventre e pernas sacudia
Na convulsão.

Nenhum, nenhum curioso
Passava, sem se deter,
Silencioso,

Junto ao cão que ia morrer,
Como se lhe desse gozo
Ver padecer.

Machado de Assis. Ocidentais.

*Expressão latina, retirada de Lucrécio (Da natureza das coisas), a qual aparece no seguinte trecho: Suave, mari magno, turbantibusaequora ventis/ E terra magnum alterius spectare laborem. (“É agradável, enquanto no mar revoltoso os ventos levantam as águas, observar da terra os grandes esforços de um outro.”).

II.
Tão certo é que a paisagem depende do ponto de vista, e que o melhor modo de apreciar o chicote é ter-lhe o cabo na mão.

Machado de Assis. Quincas Borba, cap. XVIII.

III.
Sofia soltou um grito de horror e acordou. Tinha ao pé do leito o marido:
– Que foi? perguntou ele.
– Ah! respirou Sofia. Gritei, não gritei?
(...)
– Sonhei que estavam matando você.
Palha ficou enternecido. Havê-la feito padecer por ele, ainda que em sonhos, encheu-o de piedade, mas de uma piedade gostosa, um sentimento particular, íntimo, profundo, – que o faria desejar outros pesadelos, para que o assassinassem aos olhos dela, e para que ela gritasse angustiada, convulsa, cheia de dor e de pavor.

Machado de Assis. Quincas Borba, cap. CLXI.

A visão do eu lírico no texto I

  1. volta-se nostálgica para as imagens de uma lembrança.

  2. centra-se com desprezo na figura do animal agonizante.

  3. apreende displicentemente o movimento dos transeuntes.

  4. ganha distância da cena para captar todos os seus aspectos.

  5. apresenta o espectador da crueldade como um ser incomum.


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