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A veia satírica do poeta português Manuel Maria de - UNESP 2017/2
A veia satírica do poeta português Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805) está bem exemplificada nos seguintes versos:
-
Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava;
Ah!, cego eu cria, ah!, mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana. -
Cândida pomba mimosa,
Ave dos níveos Amores,
Cingida por mãos das Graças
Dum lindo colar de flores:
Vênus, macia a meus versos,
Grata aos cultos que lhe dou,
Já desde o ninho amoroso
Para mim te destinou. -
Assim como as flores vivem,
A minha Lília viveu;
Assim como as flores morrem,
A minha Lília morreu.
Assomando o negro dia,
Ave sinistra gemeu;
Cumpriu-se o funesto agouro:
A minha Lília morreu. -
Refalsado animal, das trevas sócio,
Depõe, não vistas de cordeiro a pele.
Da razão, da moral o tom que arrogas,
Jamais purificou teus lábios torpes,
Torpes do lodaçal, donde zunindo
(Nuvens de insetos vis) te sobem trovas
A mente erma de ideias, nua de arte. -
Senhor que estás no céu, que vês na terra
Meu frágil coração desfeito em pranto,
Pelas ânsias mortais, o ardor, o encanto
Com que lhe move Amor terrível guerra.
Solução
Alternativa Correta: D) Refalsado animal, das trevas sócio,
Depõe, não vistas de cordeiro a pele.
Da razão, da moral o tom que arrogas,
Jamais purificou teus lábios torpes,
Torpes do lodaçal, donde zunindo
(Nuvens de insetos vis) te sobem trovas
A mente erma de ideias, nua de arte.
Nos versos, o ser criticado é visto negativamente como um “refalsado animal, das trevas sócio”, de “lábios torpes” envoltos em “lodaçal” e de “mente erma de ideias, nua de arte”, características que justificam a classificação do poema como satírico.
Resolução adaptada de: Curso Objetivo
Institução: UNESP
Ano da Prova: 2017
Assuntos: Literatura
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