Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

A veia satírica do poeta português Manuel Maria de - UNESP 2017/2

Atualizado em 13/05/2024

A veia satírica do poeta português Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805) está bem exemplificada nos seguintes versos:

  1. Meu ser evaporei na lida insana
    Do tropel de paixões, que me arrastava;
    Ah!, cego eu cria, ah!, mísero eu sonhava
    Em mim quase imortal a essência humana.

  2. Cândida pomba mimosa,
    Ave dos níveos Amores,
    Cingida por mãos das Graças
    Dum lindo colar de flores:
    Vênus, macia a meus versos,
    Grata aos cultos que lhe dou,
    Já desde o ninho amoroso
    Para mim te destinou.

  3. Assim como as flores vivem,
    A minha Lília viveu;
    Assim como as flores morrem,
    A minha Lília morreu.
    Assomando o negro dia,
    Ave sinistra gemeu;
    Cumpriu-se o funesto agouro:
    A minha Lília morreu.

  4. Refalsado animal, das trevas sócio,
    Depõe, não vistas de cordeiro a pele.
    Da razão, da moral o tom que arrogas,
    Jamais purificou teus lábios torpes,
    Torpes do lodaçal, donde zunindo
    (Nuvens de insetos vis) te sobem trovas
    A mente erma de ideias, nua de arte.

  5. Senhor que estás no céu, que vês na terra
    Meu frágil coração desfeito em pranto,
    Pelas ânsias mortais, o ardor, o encanto
    Com que lhe move Amor terrível guerra.


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