Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

Costuma-se considerar que O Ateneu, de Raul Pompeia, embora - FGV 2015

Atualizado em 13/05/2024

Texto para à questão

“Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico; diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.
Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas.

Raul Pompeia, O Ateneu.

Costuma-se considerar que O Ateneu, de Raul Pompeia, embora tenha como subtítulo “Crônica de saudades”, pertence à modalidade literária conhecida como romance de formação, cujo modelo ou paradigma é a narrativa do percurso de aprendizagem de um jovem, no qual ele forma seu caráter, supera os problemas encontrados e prepara sua inserção harmônica na sociedade.
Admitindo-se esse paradigma, a reflexão sobre o tempo apresentada pelo narrador na abertura do livro, aqui reproduzida, indica que O Ateneu irá se configurar como um romance de formação

  1. negativo.

  2. historicista.

  3. tropical.

  4. doutrinário.

  5. ortodoxo.


Solução

Alternativa Correta: A) negativo.

A reflexão sobre a passagem do tempo é pessimista, negativa, pois, como afirma o narrador “a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de longe a enfiada de decepções que nos ultrajam”. Ressalve-se o equívoco do examinador ao afirmar que Sérgio, alter ego de Raul Pompeia, “supera os problemas encontrados e prepara sua inserção harmônica na sociedade”. O narrador questiona os valores da escola que é um microcosmo da sociedade monarquista. Raul Pompeia, republicano, mata-se em 1895.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

Institução: FGV

Ano da Prova: 2015

Assuntos: Literatura Brasileira

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