Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
Dentre os comentários sobre as expressões sublinhadas nos - FGV 2014
Texto para à questão
A língua literária
Na implantação de uma língua em novo ambiente físico e social, há duas possibilidades extremas. Uma é a transferência para uma comunidade aloglota, que assim abandona o anterior idioma materno. Outra é a transferência, não apenas da língua, mas de um grande grupo dos seus sujeitos falantes, para uma região desabitada, ou habitada por uma população nativa que os invasores eliminam.
É certo que, em regra, não se verifica na prática, singelamente, o esquema teórico aqui formulado. No primeiro caso, há que levar em conta um núcleo de conquistadores, sob cuja pressão material, cultural ou política se processa a mudança. No segundo caso, se a nova região não era totalmente erma, fica frequentemente um resíduo de população nativa, que com o correr dos tempos se integra na nova situação e adota a língua e as demais instituições sociais dos invasores. Mas, num e noutro caso, continua ainda assim válido o contraste entre as duas possibilidades de ocorrência.
É por isso que não se pode associar a implantação do latim em províncias do Império Romano – digamos, particularmente, na Península Ibérica – com a implantação de certas línguas europeias – digamos, particularmente, o português – no ambiente americano. Ali, houve, preponderantemente, a adoção do latim pelos iberos aloglotas, de par secundariamente com a fixação entre eles de soldados e colonos latinos. Aqui, houve uma colonização portuguesa em massa, que desarraigou “in totum” e eliminou em grande parte os indígenas, malgrado certa assimilação que afinal se verificou.
O aspecto da implantação do português no Brasil explica por que tivemos, de início, uma língua literária pautada pela do Portugal coevo. A sociedade colonial considerava-se – e o era em princípio, abstração feita da necessária adaptação ao novo ambiente – um prolongamento da sociedade ultramarina. O seu ideal era reviver os padrões vigentes no reino.
J. Mattoso Câmara Jr., A língua literária. In: A. Coutinho (org.), A literatura no Brasil, 1968.
Dentre os comentários sobre as expressões sublinhadas nos seguintes trechos extraídos do texto, o único que NÃO está correto é:
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“há que levar em conta” (L. 12): expressa ideia de obrigação.
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“era totalmente erma” (L. 15 e 16): evita, no contexto, a repetição da palavra “desabitada”.
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“de par secundariamente com a fixação” (L. 30): corresponde ao advérbio “paralelamente”.
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“que desarraigou in totum” (L. 33): deriva da palavra “raiz”.
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“malgrado certa assimilação” (L. 34): poderia ser substituída, no contexto, por “em detrimento de”.
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