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Em relação ao poema “A última nau”, pode-se afirmar que: - FAMERP 2018
Leia o poema “A última nau”, da obra Mensagem, de Fernando Pessoa, para responder às questões 09 e 10.
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago1
Erma2, e entre choros de ânsia e de pressago3
Mistério.
Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projeta-o, sonho escuro
E breve.
Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou spaço,
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.
Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império.
(Obra poética, 1987.)
1 aziago: funesto.2 erma: solitária.
3 pressago: presságio.
Em relação ao poema “A última nau”, pode-se afirmar que:
-
na batalha de Alcácer Quibir, a névoa foi a causa da derrota portuguesa.
-
erguido o alto pendão, os portugueses partiram com a certeza da vitória.
-
entre a cerração, o vulto baço que torna é o de El-Rei D. Sebastião
-
do alto de seu Império, El-Rei D. Sebastião assistiu à partida da última nau.
-
entre os portugueses, o retorno de El-Rei D. Sebastião tem hora marcada.
Solução
Alternativa Correta: C) entre a cerração, o vulto baço que torna é o de El-Rei D. Sebastião
Tanto no livro Mensagem, como também no poema A última Nau, há referência ao mito sebastianista. Tematiza-se a volta desse rei, desaparecido no século XVI na batalha de Alcácer-Quibir, para que sua majestade messianicamente restaure o grande império luso. O vulto baço, sem brilho, que o eu lírico vê em meio à neblina, “num mar que não tem tempo ou espaço”, é o rei D. Sebastião.
Resolução adaptada de: Curso Objetivo
Institução: FAMERP
Ano da Prova: 2018
Assuntos: Literatura
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