Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

Largo em sentir, em respirar sucinto, Peno, e calo, tão - FUVEST 2022

Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.

O mal, que fora encubro, ou que desminto,
Dentro no coração é que o sustento:
Com que, para penar é sentimento,
Para não se entender, é labirinto.

Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.

Mas oh do meu segredo alto conceito!
Pois não me chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro no peito.

No soneto, o eu lírico:

Gregório de Matos e Guerra

1. expressa um conflito que confirma a imagem pública do poeta, conhecido pelo epíteto de “o Boca do Inferno”.

2. opta por sufocar a própria voz como estratégia apaziguadora de suas perturbações de foro íntimo

3. explora a censura que o autor sofreu em sua época, ao ser impedido de dar expressão aos seus sentimentos.

4. estabelece, nos tercetos, um contraponto semântico entre as metáforas da natureza e da guerra.

5. revela-se como um ser atormentado, ao mesmo tempo que omite a natureza de seu sofrimento.

Solução

Alternativa Correta: E) revela-se como um ser atormentado, ao mesmo tempo que omite a natureza de seu sofrimento.

O eu lírico sente-se angustiado, atormentado, mas não explicita o que lhe provoca essa ânsia, como já se nota na primeira estrofe:

“Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.”

Créditos da Resolução: Curso Objetivo

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Recebedor: Wesley Rodrigues

Institução: FUVEST

Ano da Prova: 2022

Assuntos: Soneto, Interpretação de Texto

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