Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

O último parágrafo retoma a ideia contida no título do - UNIFESP 2010

Atualizado em 29/12/2024

Gripe: sala de aula vazia, shopping cheio



Durante a epidemia de influenza (a “gripe espanhola”) que grassou no país em 1918, as autoridades municipais de Curitiba determinaram o fechamento de todas as casas de espetáculos e proibiram aglomerações, inclusive o acompanhamento dos enterros e a frequência a templos religiosos. Ante os parcos recursos e conhecimentos médico-científicos de então, estima-se que a epidemia tenha matado cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.
Agora, no século 21, nossas autoridades estão permitindo a desinformação e o caos. Enquanto diversas escolas adiaram o início das aulas do segundo semestre ou as suspenderam, e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo determinou a volta às aulas apenas no dia 17 de agosto, o secretário de Saúde do Paraná inicialmente criticou as instituições curitibanas pela atitude “precipitada” – depois, acabou cedendo, embora argumentando que os motivos não são técnicos, e que aderiu à medida apenas para tranquilizar as famílias. Várias vozes qualificadas classificaram o adiamento como inútil e inócuo.
Os especialistas divergem. Uns dizem que a gripe A tem gravidade e letalidade parecidas com a da gripe sazonal e que bastam as ações preventivas que estão sendo tomadas para conter riscos maiores. Outros especialistas, por sua vez, afirmam que a situação é mais grave do que se noticia e que deveriam ser tomadas medidas mais drásticas, justificando a suspensão das aulas.
Quando nem as autoridades da saúde se entendem, como o cidadão pode ter uma orientação segura? Se há uma pandemia, trata-se de um problema de saúde pública – portanto, cabe ao Poder Público orientar e inclusive baixar normas a respeito, determinando que atitudes devem ser tomadas. Se não o faz, ou o faz de modo contraditório, continuamos nessa situação absurda, com suspensão de algumas atividades e de outras não. A capa da Gazeta do Povo de 30/07 é sintomática: ao mesmo tempo em que noticia em grande manchete a suspensão de aulas, apresenta a chamada: “Férias e chuva lotam shoppings de Curitiba”. O texto dessa chamada informa que “julho foi um mês de ouro para os shoppings”, por causa das férias escolares e do clima frio e chuvoso, capaz de encher lojas e cinemas. E o texto completa: “a previsão é de um agosto ainda melhor”. Portanto, a suspensão das aulas provavelmente terá como efeito a aglomeração de pessoas em outros ambientes, com riscos iguais ou maiores que a frequência às aulas.

(Gazeta do Povo, 01.08.2009. Adaptado.)

O último parágrafo retoma a ideia contida no título do texto, mostrando

  1. falta de bom senso das pessoas num momento de crise da saúde, pois gastam inadvertidamente, sem poupar recursos para cuidados médicos.

  2. contradição no comportamento das pessoas, pois os alunos não vão à escola, mas acabam lotando os shoppings, onde se expõem à gripe da mesma forma.

  3. falta de políticas públicas mais coercitivas, que deveriam proibir a exploração comercial decorrente de um problema de saúde pública.

  4. falta de bom senso da população, que não se mobiliza para exigir das autoridades maior empenho e agilidade para eliminar os focos da gripe.

  5. contradição nas decisões dos governos, que baixam normas para a população sem levar em consideração os riscos a que se expõe a maioria das pessoas.


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