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Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos - UNESP 2017
Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos pela atenuação da subjetividade e do sentimentalismo, pela ausência quase completa de interesse político no contexto da obra e pelo cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo plástico.
(Antônio Cândido, Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)
A referida “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está bem exemplificada na seguinte estrofe do poeta parnasiano Alberto de Oliveira (1859-1937):
-
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente. -
Erguido em negro mármor luzidio,
Portas fechadas, num mistério enorme,
Numa terra de reis, mudo e sombrio,
Sono de lendas um palácio dorme. -
Eu vi-a e minha alma antes de vê-la
Sonhara-a linda como agora a vi;
Nos puros olhos e na face bela,
Dos meus sonhos a virgem conheci. -
Longe da pátria, sob um céu diverso
Onde o sol como aqui tanto não arde,
Chorei saudades do meu lar querido
– Ave sem ninho que suspira à tarde. – -
Eu morro qual nas mãos da cozinheira
O marreco piando na agonia…
Como o cisne de outrora… que gemendo
Entre os hinos de amor se enternecia.
Solução
Alternativa Correta: B) Erguido em negro mármor luzidio,
Portas fechadas, num mistério enorme,
Numa terra de reis, mudo e sombrio,
Sono de lendas um palácio dorme.
A “atenuação da subjetividade” ocorre nos versos do poema Fantástica, do parnasiano Alberto de Oliveira. Nota-se, nesses versos, a descrição com contenção emocional, uma das características da estética parnasiana que se opunha ao passionalismo romântico. Nas demais alternativas, o eu lírico impõe a subjetividade tanto pelo emprego do pronome de primeira pessoa (“eu”, “meus”, “mim” etc.), como pela densidade emocional.
Resolução adaptada de: Curso Objetivo
Institução: UNESP
Ano da Prova: 2017
Assuntos: Literatura
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