Disciplina: Filosofia do Direito 0 Curtidas
FGV/OAB - Mas a justiça não é a perfeição dos homens? PLATÃO, A
Mas a justiça não é a perfeição dos homens?
PLATÃO, A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.
O conceito de justiça é o mais importante da Filosofia do Direito. Há uma antiga concepção segundo a qual justiça é dar a cada um o que lhe é devido. No entanto, Platão, em seu livro A República, faz uma crítica a tal concepção.
Assinale a opção que, conforme o livro citado, melhor explica a razão pela qual Platão realiza essa crítica.
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Platão defende que justiça é apenas uma maneira de proteger o que é mais conveniente para o mais forte.
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A justiça não deve ser considerada algo que seja entendido como virtude e sabedoria, mas uma decorrência da obediência à lei.
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Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o mal não produz perfeição, e a justiça é uma virtude que produz a perfeição humana.
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Esse é um conceito decorrente exclusivamente da ideia de troca entre particulares, e, para Platão, o conceito de justiça diz respeito à convivência na cidade.
Solução
Alternativa Correta: C) Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o mal não produz perfeição, e a justiça é uma virtude que produz a perfeição humana.
A) Essa é a tese defendida por Trasíamaco, ao conferir que a lei é feita pelo mais fortes em benefício próprio. Platão discorda de que a justiça esteja vinculada àquilo que é conveniente para o mais forte. Se assim fosse, a justiça não seria senão o interesse particular ou de grupo transformado em lei.
B) Contrário a alguns sofistas, Platão demonstra que a justiça não pode se conformar ao mero cumprimento da lei em razão do medo da punição. Justiça, para ele, não se confunde com temor à punição. A justiça, ao contrário, sustenta-se em parâmetros racionais, os quais estão implicados na virtude e na sabedoria.
C) GABARITO. Dar a cada um o que lhe é devido implica conceder justiça a quem é justo e conferir injustiça ao injusto. Contudo, essa prática, na visão de Platão, impõe contradição, na medida em que a justiça comportaria um senso de perfeição que deixaria de existir ao aplicar ao injusto o que lhe é devido: a injustiça.
D) Para Platão, a justiça também é pensada sob a ótica da cidade, como virtude boa e útil que visa à promoção da união e da harmonia. Nessa cidade ideal, cada qual deveria concorrer segundo as suas aptidões naturais para a realização da harmonia.
Fonte: Lenza, Pedro. OAB primeira fase: volume único. Saraiva Educação SA, 2020.
Resolução adaptada de: QConcursos
Edição do Exame: Edição XXIX
Ano do Exame: 2019
Assuntos: Filosofia do Direito
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