Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

Leia um trecho do poema A Flor e a Náusea. Preso à - FATEC 2018/2

Atualizado em 13/05/2024

Leia um trecho do poema A Flor e a Náusea.

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas,
alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
[....]
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
E lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

A partir da leitura do trecho de A Flor e a Náusea, poema do modernista Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa em que o conceito é adequado à temática apresentada nos versos.

ANDRADE, C. D. Antologia Poética. Rio de Janeiro. José Olympio, 1978.

  1. Disciplina: obediência às regras, aos superiores, aos regulamentos, postura que é defendida pelo eu lírico.

  2. Dissimulação: ocultação, por um indivíduo, de suas verdadeiras intenções, uma vez que o eu lírico tenta esconder sua reação diante do surgimento da flor.

  3. Esperança: sentimento vivido pelo eu lírico, pois ele vê como possíveis a confiança em algo promissor e a realização de mudanças.

  4. Nostalgia: melancolia profunda causada pelo distanciamento entre o eu lírico e sua terra natal.

  5. Resignação: submissão à vontade do destino, postura adotada pelo eu lírico que se mostra alienado e indiferente.


Solução

Alternativa Correta: C) Esperança: sentimento vivido pelo eu lírico, pois ele vê como possíveis a confiança em algo promissor e a realização de mudanças.

A partir do verso “Uma flor nasceu na rua!”, início da segunda parte do poema, instaura-se a esperança do eu lírico em relação a um mundo promissor, em que se extingam a náusea e o absurdo da existência. Esse poema foi publicado no livro A Rosa do Povo (1945) e está no contexto do final da Segunda Guerra Mundial e do término da ditadura Vargas. O nascimento da flor, como indica o último verso, “furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio”, trouxe um alento ao eu lírico e ao mundo.

Resolução adaptada de: Curso Objetivo

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Recebedor: Wesley Rodrigues

Institução: FATEC

Ano da Prova: 2018

Assuntos: Poema

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