Disciplina: Direito Penal 0 Curtidas
Francisco e seu filho Alfredo depredaram o carro de Terezinha, o - OAB
Francisco e seu filho Alfredo depredaram o carro de Terezinha, o que motivou o ajuizamento de queixa-crime em face de Francisco e Alfredo, dentro do prazo decadencial, pelo crime de dano qualificado por motivo egoístico, disposto no Art. 163, inciso IV, do CP.
No curso da ação penal, Francisco e Terezinha começaram a ter um relacionamento amoroso. Terezinha perdoou expressamente Francisco nos autos da queixa-crime. Intimado, Francisco aceitou o perdão da ofendida, o Juízo declarou a extinção da punibilidade em face de Francisco, mas, determinou o seguimento da ação penal em relação a Alfredo.
Diante do caso narrado, assinale a opção que apresenta, corretamente, os princípios que você, como advogado(a) de Alfredo, deve alegar no interesse de seu cliente.
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Da indivisibilidade e da disponibilidade.
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Da divisibilidade e da intranscendência das penas.
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Da legalidade e da presunção de inocência.
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Do ne bis in idem e da individualização das penas.
Solução
Alternativa Correta: A) Da indivisibilidade e da disponibilidade.
A alternativa correta é a A, pois, no caso de Alfredo, os princípios que devem ser destacados são o da indivisibilidade e da disponibilidade. O princípio da indivisibilidade estabelece que, quando há um único fato delituoso e múltiplos autores, a punição deve seguir para todos os envolvidos, ou seja, a ação penal não pode ser fragmentada em relação aos réus. No entanto, no caso de Francisco, que recebeu o perdão de Terezinha e teve sua punibilidade extinta, a decisão de seguir com a ação penal apenas em relação a Alfredo pode ser questionada, uma vez que ele e Francisco cometeram o ato de depredação juntos.
Já o princípio da disponibilidade refere-se à possibilidade da vítima (no caso, Terezinha) desistir da ação penal, desde que a lei permita tal renúncia ou perdão. O perdão de Terezinha a Francisco levou à extinção da punibilidade dele, mas Alfredo, que não recebeu o perdão, ainda estaria sujeito ao prosseguimento da ação. A defesa de Alfredo pode alegar que a relação entre Francisco e Terezinha e o perdão concedido a ele têm impacto sobre a continuidade da ação penal, podendo ser contestada a separação da punição entre os dois.
Portanto, a tese defensiva de Alfredo deve sustentar que a ação penal contra ele é indivisível em relação a Francisco, e que, com a extinção da punibilidade de Francisco por meio do perdão, não deveria haver a continuidade da ação penal contra Alfredo, já que ambos praticaram o mesmo ato delituoso.
Edição do Exame: 41ª Edição
Ano do Exame: 2024
Assuntos: Noções Fundamentais
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